Gostaria de retomar a discussão sobre a motivação funcional em face do último curso ministrado para funcionários de condomínios.
Felizmente a vida me agraciou com duas experiências gratificantes: uma, ser síndico, outra ser consultor e poder, através da minha experiência e do meu conhecimento, passar para as pessoas aquilo que aprendi de melhor: motivar através das atitudes, das palavras e do aprendizado.
Fiz isto quando síndico, aplicando conceitos no trato com as pessoas, o que nos possibilitou realizarmos nosso trabalho com mais tranqüilidade, segurança e com o apoio dos moradores que pela primeira vez se sentiram valorizados quando perceberam fazer parte de um processo de mudança e inovação.
Hoje, como consultor e instrutor, procuro transmitir esta motivação aos síndicos e funcionários, reduzindo as distâncias entre trabalho e sucesso.
O que percebo nos cursos e nas conversas com funcionários, é que os síndicos perdem uma oportunidade única de valorização funcional, que tornaria a sua administração bem mais profícua e tranqüila se dessem a eles um pouco mais de atenção, valor e autoridade.
Normalmente os funcionários sentem um vazio muito grande, resultado do distanciamento, da indiferença, da omissão, da falta de tempo, etc., do seu superior: O síndico.
Os funcionários gostariam que os síndicos estivessem mais presentes, fossem mais partícipes da sua função e os apoiassem um pouco mais, que lhes dessem mais respaldo e atenção, bem como tivessem por eles mais consideração, vendo-os não apenas como funcionários, mas, sobretudo, como pessoas, com sentimentos, medos, necessidades e valores.
Muitas vezes cobramos ações positivas e bom desempenho dos funcionários, mas não percebemos que esta falta de motivação pode estar intimamente relacionada com a atitude em relação a eles.
Infelizmente esta situação, que vai se tornando muitas vezes crítica, acaba levando a erros cada vez mais constantes e muitas vezes maiores, motivando a demissão do profissional que poderia ser evitada com mais conversa, atenção, valorização e respeito check that.
Agir assim não diminui e nem tira a autoridade do síndico, pelo contrário, o faz mais síndico, fortalecendo o sentimento de autoridade, visto com muito mais respeito e consideração.
A questão para muitos é: Como motivar, por onde começar? Até porque, vamos ser bem francos, muitas vezes o próprio síndico é quem mais precisa de motivação, pois sabemos que administrar um condomínio não é uma tarefa fácil, o desgaste é grande e nossas energias são solapadas diariamente.
O processo de motivação inicia partindo-se da seguinte premissa: VOCÊ PRECISA ENTENDER E COMPREENDER A PESSOA QUE QUER MOTIVAR.
Hoje na maioria das empresas de sucesso existem processos internos motivacionais que buscam entender o indivíduo de forma que, na medida do possível, se atende algumas expectativas básicas de cada um, aumentando assim a auto-estima, a motivação e, por extensão, a produtividade!
Sabemos que a motivação é um processo mais complexo, que não existe uma fórmula mágica, única, que pode ser aplicada igualmente a todos dentro de um condomínio, pois também o funcionário pode estar desmotivado por problemas pessoais, familiares, saúde, etc.
Mas independentemente desta complexidade que o processo motivacional assume, cabe ao síndico rever o seu papel e perceber que seu grupo é formado por indivíduos e que nenhum indivíduo é igual ao outro, aqui está o grande segredo que pode fazer a diferença: TODOS DESEJAM VER RECONHECIDA A SUA INDIVIDUALIDADE, SENTIR-SE IMPORTANTE!
A motivação é algo que está dentro das pessoas, mas que pode variar dependendo também do meio em que ela vive. Ela pode ser trabalhada pelo indivíduo internamente, mas também externamente pelas pessoas a sua volta.
É sabido que não existe um conceito específico para a definição de motivação, mas podemos simplificar dizendo que é algo que está dentro das pessoas e que as leva a realizar uma determinada tarefa. No contexto condominial, a motivação deve ser considerada como base fundamental para todo e qualquer processo de mudança.
Poderíamos definir motivação como: motivos para a ação, eficaz e efetiva. E isto nos indica que cada pessoa vai encarar cada situação conforme a intensidade dos seus motivos. O trabalho pode ser um grande motivo.
Alguma coisa no indivíduo deve levá-lo a agir, a quebrar as barreiras do conformismo, da rotina e o medo da mudança.
Conhecer seu funcionário, suas necessidades e aspirações pode num primeiro momento ser penoso, cansativo ou exagerado, mas a médio prazo não é apenas o funcionário quem ganha, ganha, sobretudo, você, pois aprendeu a conhecer a grandeza das pessoas, seus valores, sua importância, alguém que antes era apenas mais um, mas que passou a ter valor no momento em que você olhou para ele de forma diferente.
Invista nos seus funcionários dando a eles pelo menos, através do seu trabalho, a motivação que eles desejam e precisam.
Todos sairão ganhando!